Análise da perspectiva sobre a contextualização no ensino de química e a ruptura com o paradigma positivista

Luciano Gomes Órfão, Márcia Helena Alvim

Resumen


Neste artigo, de cunho teórico, buscamos analisar as diferentes possiblidades de compreensão da perspectiva sobre a contextualização do ensino de química, através de discussão bibliográfica e estudo de normativas sobre a formação de professores de química, valorizando a concepção que promove uma ruptura com o paradigma positivista a partir da crítica sociológica ao mesmo, através de autores como Boaventura de Sousa Santos e Edgar Morin. O objetivo do artigo consiste na análise da perspectiva sobre a contextualização do ensino como instrumento na promoção de um ensino de ciências crítico e problematizador. Após a reflexão teórica, iremos analisar as normativas para a formação docente em Química, dentre elas os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (1999), as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Química (2001) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior e para a Formação Continuada (2015), com o objetivo de compreender como a perspectiva da contextualização do conhecimento científico é promovida nestas legislações. A metodologia desenvolvida nesta pesquisa caracteriza-se pela abordagem qualitativa, a partir da análise crítica do conceito de contextualização em referenciais teóricos e normativas sobre formação de professores de Química. Como resultado identificamos que os referenciais teóricos e os documentos analisados assumem a importância da promoção de um ensino de química contextualizado, a partir da contextualização que favorece a formação de um cidadão crítico através de uma educação científica problematizadora, a qual valoriza os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais para a compreensão do processo científico.


Palabras clave


Contextualização; Positivismo; Ensino de Química

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DOI: https://doi.org/10.18256/2447-3944.2022.v6i1.3481

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e-ISSN: 2447-3944

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