Direito e Gênero: desafios contemporâneos

Natalina Stamile

Resumo


O objetivo principal do presente estudo é expor a presença de estruturas patriarcais e de dominação, e consequentemente de subordinação e de desigualdade, na sociedade e também no Direito. Com isso, a partir da definição do Direito como prática narrativa, analisado como um fato cultural e produto da linguagem, pretendo formular algumas reflexões que apontam para o desmascaramento do falso mito da neutralidade em termos de gênero do Direito. Enfim, elaborarei algumas observações sobre a relação entre Direito e gênero, indicando como um dos seus mais importantes desafios ainda é o de construir uma sociedade efetivamente baseada na igualdade entre todas as pessoas, ou seja, de toda a humanidade.


Palavras-chave


Direito; Gênero; dominação; subordinação; desigualdade

Texto completo:

PDF

Referências


ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém. Um relato sobre a banalidade do mal. Tradução José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das letras, 2000.

BRODBECK, Pedro. ‘Muitas mulheres deixam de pedalar por medo de assédio’ diz cicloativista sobre jovem que sofreu acidente após ser tocada por homem. In: G1. Curitiba, 29 set. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2021/09/29/muitas-mulheres-deixam-de-pedalar-por-medo-de-assedio-diz-cicloativista-sobre-jovem-que-sofreu-acidente-apos-ser-tocada-por-homem.ghtml. Acesso em: 10 ago. 2021.

CABRÉ, Teresa. La terminología, metodología, aplicaciones. Barcelona: Antártica/Empúries, 1993.

CANETTI, Elias. Masa y Poder. Barcelona: Muchnik, 1981.

CASADEI, Thomas (ed.). Donne, Diritto, Diritti. Prospettive del giusfemminismo. Torino: Giappichelli, 2015.

CASADEI, Thomas. Diritto e (dis)parità. Dalla discriminazione di genere alla democrazia paritaria. Canterano (Roma): Aracne, 2017.

CAVARERO, Adriana; RESTAINO, Franco. Le filosofie femministe. Due secoli di battaglie teoriche e pratiche. Milano: Mondadori, 2002.

CORDEIRO, Roan Costa; STAMILE, Natalina, “A construção da narrativa jurídica periférica e a preponderância da força. Uma leitura de Osman Lins”. Tigor. Rivista di scienze della comunicazione e di argomentazione giuridica, a. X (2018) n. 2, p. 3-15, 2018.

D’ENTRÈVES, Alessandro Passerin. La dottrina del diritto naturale. Tradução italiana Frosini Vittorio. Milano: Comunità, 1980.

FACCHI, Alessandra. “A partire dall’eguaglianza: un percorso nel pensiero femminista sul diritto”. AG – About Gender. Rivista internazionale di studi di genere, n. 1, p. 118-150, 2012.

FACCHI, Alessandra. “Stereotipi, discriminazioni, diritti. A proposito delle tesi di Catharine A. MacKinnon”. In: CASADEI, Thomas (ed). Donne, diritto, diritti. Prospettive del giusfemminismo. Torino: Giappichelli, 2015.

FACIO, Alda. Cuando el género suena cambios trae (una metodología para el análisis de género del fenómeno legal). San José: Ilanud, Programa Mujer, Justicia y Género, 1992.

FERRAJOLI, Luigi. Derechos y garantías: la ley del más débil. Madrid: Trotta, 2006.

FOUCAULT, Michel. Historia da sexualidade. 1 A vontade de saber. Tradução Maria Thereza da Costa Albuquerque; Jose Augusto Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1999.

GALLÉN Marta Galiñanes; CORTES, Gema Rodrígues. Corpus Bilingüe de unidades fraseológicas del lenguaje jurídico. Ariccia (RM): Aracne, 2015.

GALTUNG, Johan. Paz por medios pacíficos. Paz y conflicto, desarrollo y civilización. Bilbao: Bakeaz, 2003.

GIANFORMAGGIO, Letizia. “ La soggettività politica delle donne”. In: GIANFORMAGGIO, Letizia. Filosofia e critica del diritto. Torino: Giappichelli, 1995.

GIANFORMAGGIO, Letizia. “La politica delle identità (o delle differenze). Ragion Pratica, n. 7, p. 165-180, 1996.

GIANFORMAGGIO, Letizia. Eguaglianza, donne e diritti. FACCHI, Alessandra; FARALLI, Carla; PITCH, Tamar (eds). Bologna: Il Mulino, 2005.

GÓMEZ, Isabel Hernández. “Principio de igualdad y violencia de género”. In: LOPÉZ, Victor Manuel Cuesta; VEGA, Maria Santana; AGUILAR, Juan Fernando Lópes (eds.). Estado de derecho y discriminación por razón de género, orientación e identidad sexual. España: Aranzadi, 2014. p. 157-208.

GRAÍÑO, Cristina Segura. “Construcciones de la maternidad desde los feminismos”. In: LÓPEZ, Rosa María Cid (coord.). Maternidades: representaciones y realidad social. Madrid: Almudayna, 2010.

JORI, Mario. “Linguaggio giuridico”. In: PINO, Giorgio; SCHIAVELLO, Aldo; VILLA, Vittorio (eds). Filosofia del diritto. Introduzione critica al pensiero giuridico e al diritto positivo. Torino: Giappichelli, 2013. p. 257- 288.

KREUZ, Letícia Regina Camargo. Domínio do corpo. O aborto entre leis e juízes. Curitiba: Íthala, 2018.

MACKINNON, Catharine A. Towards a Feminist Theory of the State. Cambridge, Massachusetts; London, England, 1989.

MARRA, Martina. “Che genere di democrazia? Una discussione sul giusfeminismo”. Storia del pensiero politico, n. 3, p. 465-574, 2018.

MARTÍN, Yolanda Beteta. La sexualidad de las brujas. La deconstrución y subversión e las representaciones artísticas de la brujeria, la perversidad y la castración femenina en el arte feminista del siglo XX”. Dossiers feministes, n. 18, p. 293-307, 2014.

MITTICA, Maria Paola. “diritto e COSTRUZIONE NARRATIVA. La connessione tra diritto e letteratura: spunti per una riflessione”. Tigor: rivista di scienze della comunicazione, a. II, n. 1, p. 14-23, 2010.

OLIVEIRA, Amanda. Vídeo: ciclista sofre acidente após ser assediada no trânsito. In: CORREIO Braziliense. Curitiba, 28 set. 2021. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/09/4952175-video-ciclista-sofre-acidente-apos-ser-assediada-no-transito.html. Acesso em: 10 ago. 2021.

PORTELA, Júlia. “É humilhante não podermos sair na rua”, diz ciclista assediada no Paraná. In: METRÓPOLES. Curitiba, 28 set. 2021. Disponível em: https://www.metropoles.com/violencia-contra-a-mulher/e-humilhante-nao-podermos-sair-na-rua-diz-ciclista-assediada-no-parana. Acesso em: 10 ago. 2021.

POZZOLO, Susanna. “(Una) Teoria femminista del diritto. Genere e discorso giuridico”. In: CASADEI, Thomas (ed.). Donne, Diritto, Diritti. Prospettive del giusfemminismo. Torino: Giappichelli, 2015.

POZZOLO, Susanna; MORESO, José Juan; GRÁNDEZ, P. Pedro (eds). Derecho, derechos y pandemia. Lima (Peru): Palestra, 2021.

ROCCATAGLIATA, Giuseppe. L’isteria: Il mito del male del XIX secolo. Napoli: Liguori editore, 2001.

SANDOVAL, Manuel Durán. “Histéricas, sensuales y neurasténicas – Las enfermedades nerviosas y las pasiones violentas en el imaginario médico femenino”. Nuevo Mundo Mundos Nuevos, 18 de septiembre de 2015. Disponível em: http://journals.openedition.org/nuevomundo/68307. Acesso em: 10 ago. 2021.

SCALES, Ann S., “Towards a Feminist Jurisprudence”. Indiana Law Journal, 56, p. 375-444, 1981.

SILVA, Laura Fernandes da; SANTOS, Hugo Leonardo Rodrigues. “Análise Histórico-Crítica da Construção de Discursos nos Diagnósticos Psiquiátricos de Mulheres no Manicômio Judiciário de Alagoas”. Revista Direito Público. Dossiê Temático “Gênero e Instituições: conexões teóricas e práticas”, v. 18, n. 98, p. 41-69, 2021.

SMART, Carol. “The Woman of Legal Discourse”. Social and Legal Studies, n. 1, p. 29-44, 1992.

SOUZA, Talita de. Preso, homem que assediou ciclista em Palmas (PR) diz não ter visto a mulher. In: CORREIO Braziliense. Curitiba, 29 set. 2021. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/09/4952325-preso-homem-que assediou-ciclista-em-palmas-pr-diz-nao-ter-visto-a-mulher.html. Acesso em: 10 ago. 2021.

STAMILE, Natalina e LIMA, Jairo (eds). Dossiê temático “Gênero e Instituições Judiciais: conexões teóricas e práticas”, Revista Direito Público, vol. 18, n. 98, 2021.

STAMILE, Natalina. “A falsa neutralidade do direito. Uma breve crítica preliminar”. In: BERTOTTI, Bárbara Mendonca; VIANA, Ana Cristina Aguilar; KREUZ, Letícia Regina Camargo; CALEFFI, Renata (orgs.). Gênero & Resistência, vol. I. Porto Alegre: editora Fi, 2019. p. 115-136.

STAMILE, Natalina. “Levando a memória sempre conosco: Ciências e mulheres. Um olhar crítico”. In: VIANA, Ana Cristina Aguilar; JURUENA, Cynthia Gruendling; PEDROSO, Priscila Stela; MARTINS, Tamira Almeida (coords.); KREUZ, Letícia Regina Camargo; CALEFFI, Renata; BERTOTTI, Bárbara Mendinça; VIANA, Ana Cristina Aguilar (orgs.). Gênero & Interseccionalidades: Memórias do IV Encontro de Pesquisa por.de.sobre Mulheres, vol. 2, Gabriela Grupp – Curitiba: GRD Editora, 2021. p. 109-128.

STAMILE, Natalina. “Mucho para ganar y mucho para perder. Comentario al artículo de Torres Sánchez, Ximena. Justicia de género en el plano judicial. Análisis comparado sobre el derecho fundamental de la mujer a tomar decisiones sobre su propio cuerpo en contextos de violencia”. Revista Derecho del Estado, Universidad Externado de Colombia, n. 47, septiembre-diciembre de 2020, p. 177-213. Disponível em: https://blogrevistaderechoestado.uexternado.edu.co/2020/12/11/mucho-para-ganar-y-mucho-para-perder/. Acesso em: 27 set. 2021.

STAMILE, Natalina. “Para uma discussão crítica do Direito: o jusfeminismo”. In: VIANA, Ana Cristina Aguilar; BERTOTTI, Bárbara Mendonça; GITIRANA, Julia Heliodoro Souza; KREUZ, Letícia Regina Camargo; COSTA, Tailaine Cristina (Eds). Pesquisa, Gênero&Diversidade, vol. II. Curitiba: Íthala, 2020.

SÁNCHEZ, Ximena Torres. “Justicia de género en el plano judicial. Análisis comparado sobre el derecho fundamental de la mujer a tomar decisiones sobre su propio cuerpo en el contexto de violencia”, Revista Derecho del Estado, Universidad Externado de Colombia, n. 47, p. 177-213, set-dez de 2020.

TIN, Louis-Georges. La invención de la cultura heterosexual. Buenos Aires: El cuenco de plata, 2012.

VALERIANO, Annacarla. Malacarne. Donne e manicomio nell’Italia fascista. Roma: Donzelli editore, 2017.

ZAGREBELSKY, Gustavo. La ley y su justicia: tres capítulos de justicia constitucional. Editorial Trotta: Madrid, 2014.




DOI: https://doi.org/10.18256/2238-0604.2022.v18i3.4750

Apontamentos

  • Não há apontamentos.