Apego em um Estudo Comparativo com Mães de Crianças com TDAH
Resumo
A relação precoce entre cuidador e criança permite o estabelecimento de um vínculo de apego seguro ou inseguro. No contexto de apego seguro, uma boa função reflexiva e de mentalização permite ao cuidador compreender os próprios estados mentais e da criança, por conseguinte adotando condutas adequadas ao desenvolvimento do filho. O objetivo foi verificar diferenças de vínculo e função reflexiva das mães (n=30) de crianças com TDAH (n=30) em comparação com mães de crianças sem TDAH (n=30). Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Mães do grupo clínico apresentaram menor função reflexiva em comparação com as mães do grupo não clínico, de controle. Mães de crianças com TDAH apresentam prejuízos na função reflexiva, evidenciados por maiores níveis de incerteza acerca dos estados mentais, quando comparadas com as mães de crianças não clínicas. Esses achados estão em consonância com estudos internacionais e são indicativos da utilidade do desenvolvimento de programas de ampliação da capacidade reflexiva/mentalização de mães e cuidadores primários de crianças com essa condição clínica.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
Ainsworth, M. D. S. (1989). Attachments Beyond Infancy. American Psychology, 44(4), 709-716.
American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Bateman, A. W., and Fonagy, P. (2006). Mentalization-based Treatment for Borderline Personality Disorder: a practical guide. Oxford University Press.
Benoit, D. (2004). Infant-parent attachment: definition, types, anteceddents, measurement, and outcome. Pediatric Child Health, 9(8), 541-45. Retrieved from https://doi.org/10.1093/pch/9.8.541
Bo, S., Sharp, C., Fonagy, P., & Kongerslev, M. (2017). Hypermentalizing, attachment, and epistemic trust in adolescent BPD: Clinical illustrations. Personality Disorders: Theory, Research, and Treatment, 8(2), 172. Retrieved from https://doi:10.1037/per0000161
Boeckel, M., Wagner, A., Ritter, F., Sohne, L., Schein, S., & Grassi-Oliveira, R. (2011). Análise Fatorial do Inventário Percepção de Vinculação Materna. Interamerican Journal of Psychology, 45(3), 439-47. Retrieved from https://www.researchgate.net/publication/282735647
Borsa, J. C., & Nunes, M. L. T. (2011). Aspectos psicossociais da parentalidade: o papel de homens e mulheres na família nuclear. Psicologia Argumento, 29(64). Retrieved from http://www2.pucpr.br/reol/index.php
Cavallina, C., Pazzagli, C., Ghiglieri, V., & Mazzeschi, C. (2015). Attachment and parental reflective functioning features in ADHD: enhancing the knowledge on parenting characteristics. Frontiers in Psychology, 6, 1313. Retrieved from https://doi.org/10.3389/fpsyg.2015.01313
Cecconello, A. M., Krum, F. M. B., & Koller, S. H. (2000). Indicadores de Risco e Proteção no Relacionamento Mãe-Criança e Representação Mental da Relação de Apego. Psico, 32(2), 81-122.
Crittenden, P. M., & Kulbotten, G. R. (2007). Familial contributions to ADHD: An attachment perspective. Tidsskrift for Norsk Psykolog forening, 44(10), 1220-1229. Retrieved from https://psykologtidsskriftet.no/fagbidrag
Da Silva, R. P. (2009). Características sociodemográficas e clínicas dos usuários de Ambulatório de Saúde Mental e sua relação com a capacidade de mentalização. [Unpublished master’s dissertation]. Unisinos.
Dallos, R., & Smart, C. (2011). An exploration of family dynamics and attachment strategies in a family with ADHD/conduct problems. Clinical Child Psychology Psychiatry, 16(4), 535-50. doi: https://doi.org/10.1177/1359104510387391
Darling Rasmussen, P., Elmose, M., Lien, G., Musaeus, A., Kirubakaran, R., Ribeiro, J. P., & Storebø, O. J. (2021). Remarkable high frequency of insecure attachment in children with ADHD persists in a three-year follow-up. Nordic Journal of Psychiatry, 1-7. doi: 10.1080/08039488.2021.1969428
Davis, M. H. (1983). Measuring individual differences in empathy: Evidence for a multidimensional. Journal of Personality and Social Psychology, 44(1), 113-126. doi: https://doi.org/10.1037/0022-3514.44.1.113
Dekkers, T. J., Hornstra, R., van den Hoofdakker, B. J., de Jong, S. R., Schaaf, J. V., Bosmans, G., & Van der Oord, S. (2021). Attachment Representations in Children with and without Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD). Brain sciences, 11(11), 1516. Retrieved from https://doi.org/10.3390/brainsci11111516
Ewe, L. P. (2019). ADHD symptoms and the teacher–student relationship: a systematic literature review. Emotional and Behavioural Difficulties, 24(2), 136-155. Retrieved from https://doi.org/10.1080/13632752.2019.1597562
Fonagy, P. et al. (2016). Development and Validation of a Self-Report Measure of Mentalizing: The Reflective Functioning Questionnaire. Plos One, 11(7), 1-28. Retrieved from https://doi.org/10.1371/journal.pone.0158678
Fonagy, P., Gergely, G., & Jurist, E. L. (Eds.). (2018). Affect regulation, mentalization and the development of the self. Routledge.
Formiga, N. S., Rocha, M. C. O., Pinto, A. S. S., Reis, D. A., Costa, S. M. S., & Leime, J. (2013). Fidedignidade da estrutura fatorial da Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal (EMRI). Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 4(1), 64-79. Retrieved from http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-64072013000100006&lng=pt&tlng=pt
García Quiroga, M., & Ibáñez Fanes, Margarita. (2007). Apego e Hiperactividad: Un Estudio Exploratorio del Vínculo Madre-Hijo. Terapia psicológica, 25(2), 123-134. Retrieved from https://doi.org/10.4067/S0718-48082007000200003
Grossman, K., & Grossman, K. (2009). O impacto do apego à mãe e ao pai e do apoio sensível à exploração nos primeiros anos de vida sobre o desenvolvimento psicossocial das crianças até o início da vida adulta. Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância. Retrieved from http://www.enciclopedia-crianca.com/apego/segundo-especialistas/o-impacto-do-apego-mae-e-ao-pai-e-do-apoio-sensivel-exploracao-nos
Günter, M. (2014). Attention deficit hyperactivity disorder (ADHD): An affect processing and thought disorder? International Journal of Psychoanalysis, 95, 43-66. Retrieved from https://doi.org/10.1111/1745-8315.12081
Harold, G. T., Leve, L. D., Barrett, D., Elam, K., Neiderhiser, J. M., & Natsuaki, M. N. (2013). Biological andrearing mother influences on child ADHD symptoms: revisiting the developmental interface between nature and nurture. Journal of Child Psychology Psychiatry, 54, 1038-1046. Retrieved from https://doi.org/10.1111/jcpp.12100
Johnston, C., & Mash, E. (2001). Families of Children With Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder: Review and Recommendations for Future Research. Clinical Child and Family Psychology Review, 4(3),183-207. Retrieved from https://link.springer.com/article/10.1023/A:1017592030434
Lanza Castelli, G. (2011). Mentalización, aspectos teóricos y clínicos. Interpsiquis, 15(76).
Malmqvist, J. (2018). “Has Schooling of ADHD Students Reached a Crossroads?” Emotional and Behavioural Difficulties, 23(4), 389-409. Crossref. Retrieved from https://doi.org/10.1080/13632752.2018.1462974
Pheula, G. F. (2010). Existe associação entre o funcionamento familiar e o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade do tipo desatento? Um estudo de caso controle. [Unpublished Master’s Dissertation]. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Retrieved from https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/24664
Pozzi-Monzo, M. (2012). Ritalin for whom? Revisited: further thinking on ADHD. Journal of Child Psychotherapy, 38(1), 49-60. Retrieved from https://doi.org/10.1080/0075417X.2011.651845
Roskam, I. et al. (2013). Another way of thinking about ADHD: the predictive role of early attachment deprivation in adolescents’ level of symptoms. Social Psychiatry Psychiatric Epidemiology, 49, 133-144.
Rothstein, A. E. (2012). Reflective functioning capacity in mothers of boys with adhd, learning disorders and associated behavior problems. [Unpublished Doctoral Dissertation]. City University of New York. Retrieved from https://www.proquest.com/openview/aa744b6c8d9b7cbfcbfe38b9f1e687e1/1?pq-origsite=gscholar&cbl=18750
Sampaio, L. R., Guimarães, P. R. B., Camino, C. P. S., Formiga, N. S., & Menezes, I. G. (2011). Estudos sobre a dimensionalidade da empatia: tradução e adaptação do Interpersonal Reactivity Index (IRI). Psico, 42(1), 67-76. Retrieved from https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/revistapsico/article/view/6456
Santurde del Arco, E., & Del Barrio del Campo, J. (2010). Asociación entre TDAH (trastorno por déficit de atención e hiperactividad) y apego inseguro. International Journal of Developmental and Educational Psychology, 3(1), 821-829. Retrieved from https://www.redalyc.org/pdf/3498/349832326086.pdf
Sharp, C. (2006). Mentalizing problems in childhood disorders. In J. G. Allen & P. Fonagy (Eds.), The handbook of mentalization-based treatment (pp. 101-121). John Wiley & Sons Inc. Retrieved from https://doi.org/10.1002/9780470712986.ch4
Silva, K. (2018) Construção e validação de cartilha para pais e cuidadores de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. [Um published doctoral dissertation]. Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará. Retrieved from https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/39349
Slade, A. (2005). Parental reflective functioning: an introduction. Attachment & Human Development, 7, 269-281. Retrieved from https://doi.org/10.1080/14616730500245906
DOI: https://doi.org/10.18256/2175-5027.2022.v14i2.4702
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2023 Lao Tse Maria Bertoldo, Fernanda Barcellos Serralta
ISSN 2175-5027
Este obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
BASES DE DADOS E INDEXADORES