Violência Obstétrica e Assistência Perinatal na América Latina: Uma Revisão Integrativa

Graziele Azevedo Abreu, Josinaldo Furtado de Souza, Regina Lígia Wanderlei de Azevedo, Flávio Lúcio Almeida Lima

Resumo


A Violência Obstétrica (VO) refere-se a diversos tipos de violência e danos cometidos por profissionais da saúde na assistência perinatal. Este trabalho teve como objetivo analisar as principais formas de violência obstétrica sofridas por mulheres na América Latina. Trata-se de uma revisão integrativa, realizada em novembro de 2019, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas bases de dados MEDLINE, LILACS, e Index Psi. Periódicos; pesquisou-se ainda na SciELO. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 17 artigos foram selecionados. Contatou-se que a VO apresenta-se como uma violência que é ao mesmo tempo de gênero e institucional. E ocorre de diferentes modos, sendo observado 6 categorias. Nesta violência há a objetificação do corpo da mulher e a impossibilidade de manifestação de sua autonomia. A VO ainda é pouco discutida e (re)conhecida como tal, tanto pelas vítimas quanto pelos que a praticam. Por isso, faz-se necessário um maior debate acerca desta violência a fim de pôr em prática uma assistência perinatal humanizada, que respeite os direitos das mulheres.


Palavras-chave


Violência contra a mulher; assistência perinatal; gestantes; parto

Texto completo:

PDF

Referências


Aguiar, J. M., & D’Oliveira, A. F. L. (2011). Violência institucional em maternidades públicas sob a ótica das usuárias. Comunic., Saude, Educ., 15(36), 79-91. doi: https://doi.org/10.1590/S1414-32832010005000035

Aguiar, J. M., D’Oliveira, A. F. P. L., & Schraiber, L. B. (2013). Violência institucional, autoridade médica e poder nas maternidades sob a ótica dos profissionais de saúde. Cad. Saúde Pública, 29(11), 2287-2296. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311x00074912

Ayres, L. F. A., Teixeira, L. A., Henriques, B. D., Dias, A. K. G., & Amorim, W. M. (2019). Métodos de preparação para o parto: um estudo sobre materiais impressos publicados no Brasil em meados do século XX. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, 26(1), 53-70. doi: https://doi.org/10.1590/s0104-59702019000100004

Barbosa, L. C., Fabbro, M. R.C., & Machado, G. P. R. (2017). Violência obstétrica: revisão integrativa de pesquisas qualitativas. Av. Enferm., 35(2), 190-207. Retrieved from http://www.scielo.org.co/pdf/aven/v35n2/0121-4500-aven-35-02-00190.pdf

Carvalho, I. S., & Brito, R. S. (2017). Formas de violência obstétrica vivenciadas por puérperas que tiveram parto normal. Enfermería Global, (47), 80-88. doi: https://doi.org/10.11144/Javeriana.rgps17-35.amdp

Carvalho, V. F., Kerber, N. P. C., Azambuja, E. P., Bueno, F. F., Silveira, R. S., & Barro, A. M. (2014). Direitos das parturientes: conhecimento da adolescente e acompanhante. Saúde Soc., 23(2), 572-581. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000200017

Costa, R. L. M. (2018). Percepções de mulheres que vivenciaram a peregrinação anteparto na rede pública hospitalar. Rev baiana enferm, 32, 1-12. doi: https://doi.org/10.18471/rbe.v32.26103

Costa, R. F., Queiroz, M. V. O., Brasil, E. G. M., Marques, J. F., & Xavier, E. O. (2013). Assistência à mulher na fase perinatal: opinião de profissionais da saúde. Rev enferm UFPE on line., 7(5), 4505-4513. Retrieved from https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/11693/13889

Flores, Y. Y. R., Ledezma, A. G. M., Ibarra, L. E. H., & Acevedo, C. E. G. (2019). Construcción social de la violencia obstétrica en mujeres Tének y Náhuatl de México. Rev Esc Enferm USP, 53, 1-7. doi: https://doi.org/10.1590/s1980-220x2018028603464

Lansky, S., Souza, K.V., Morais, E. R., Oliveira, B. F., Diniz, C. S. G., Vieira, N. F., . . . Friche, A. A. L. (2019). Violência obstétrica: influência da Exposição Sentidos do Nascer na vivência das gestantes. Ciência & Saúde Coletiva, 24(8), 2811-2823. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232018248.30102017

Garcia, L. I. D, & Fernandez M., Y. (2018). Situación legislativa de la Violencia obstétrica en América latina: el caso de Venezuela, Argentina, México y Chile. Revista de Derecho de la Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, (51), 123-143. doi: https://doi.org/10.4067/S0718-68512018005000301

Leal, M. C., Pereira, A. P. E., Domingues, R. M. S. M., Theme Filha, M. M., Dias, M. A. B., Nakamura-Pereira, M., Basto, M. H., & Gama, S. G. N. (2014). Intervenções obstétricas durante o trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco habitual. Cad. Saúde Pública, 30(Supl 1), 17-47. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00151513

Leal, S. Y., Lima, V. L. A., Silva, A. F., Soares, P. D. F. L., Santana, L R., & Pereira, A. (2018). Percepção de enfermeiras obstétricas acerca da violência obstétrica. Cogitare Enferm. 23(1). doi: https://doi.org/10.5380/ce.v23i1.52473

Mariani, A. C., Neto, J. O. N. (2016). Violência obstétrica como violência de gênero e violência institucionalizada: breves considerações a partir dos direitos humanos e do respeito às mulheres. Cad. Esc. Dir. Rel. Int. (unibrasil), 2(25), 48-60. Retrieved from https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/article/view/1107/1081

Mastropaolo, M. J. (2017, Agosto). Cesáreas eletivas ou partos violentos? Pesquisa comparada sobre violência obstétrica na Argentina, no Brasil e no Uruguai. Anais do Seminário Internacional Fazendo Gênero. Florianópolis, SC, Brasil. Retrieved from http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1503455953_ARQUIVO_Mastropaolo.pdf

Matos, G. C., Escobal, A. P., Soares, M. C., Härter, J. , Gonzales, R. I. C. (2013). A trajetória histórica das políticas de atenção ao parto no Brasil: uma revisão integrativa. Rev Enferm UEPE online, 7(esp), 870-878. doi: https://doi.org/10.5205/1981-8963-v7i3a11552p870-878-2013

Nascimento, S. L., Pires, V. M. M. M., Santos, N. A., Machado, J. C., Meira, L.S., & Palmarella, V. P. R. (2019). Conhecimentos e experiências de violência obstétrica em mulheres que vivenciaram a experiência do parto. Revista Enfermería Actual de Costa Rica, (37), 1-14. doi: https://doi.org/10.15517/revenf.v0ino.37.35264

Oliveira, V. J., & Pena, C. M. M. (2017). O discurso da violência obstétrica na voz das mulheres e dos profissionais de saúde. Texto Contexto Enferm, 26(2), 1-10. doi: https://doi.org/10.1590/0104-07072017006500015

Palharini, L. A. (2017). Autonomia para quem? O discurso médico hegemônico sobre a violência obstétrica no Brasil. Cad. Pagu, (49). doi: https://doi.org/18094449201700490007

Perdomo-Rubio, A., Martínez-Silva, P. A., Lafaurie-Villamil, M. M., Cañón-Crespo, A. F., Rubio-León, D. C. (2019). Discursos sobre la violencia obstétrica en la prensa de países latinoamericanos: cambios y continuidades en el campo de la atención. Rev. Fac. Nac. Salud Pública, 37(2), 125-135. doi: https://doi.org/10.17533/udea.rfnsp.v37n2a14

Regis, J. F. S. (2016). Violência e resistência: representação discursiva da assistência obstétrica no Brasil em relatos de parto e cartas à/ao obstetra (Tese de doutorado, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil). Retrieved from https://repositorio.unb.br/handle/10482/23054

Salgado, H. O., Niy, D. Y., & Diniz, C. S. G. (2013). Meio grogue e com as mãos amarradas: o primeiro contato com o recém-nascido segundo mulheres que passaram por uma cesárea indesejada. Journal of Human Growth and Development, 23(2), 190-197. Retrieved from http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v23n2/pt_11.pdf

Sampaio, J., Tavares, T. L. A., & Herculan, T. B. (2019). Um corte na alma: como parturientes e doulas significam a violência obstétrica que experienciam. Revista Estudos Feministas, 27(3). 1-10. doi: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n356406

Santos, R. C. S., & Souza, N. F. (2015). Violência institucional obstétrica no Brasil: revisão sistemática. Estação Científica (UNIFAP), 5(1), 57-68. Retrieved from https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao/article/view/1592/rafaelv5n1.pdf

Souza, A. B, Silva, L. C., Alves, R. N., & Alarcão, A. C. J. (2016). Fatores associados à ocorrência de violência obstétrica institucional: uma revisão integrativa da literatura. Revista de Ciências Médicas, 25(3), 115-128. Retrieved from http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/cienciasmedicas/article/view/3641/2486

Souza, T., Silva, M. D., & Carvalho, R. C. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, 8(1), 102-106. doi: https://doi.org/10.1590/s1679-45082010rw1134

Terán, P., Castellanos, C., Blanco, M. G., & Ramos. D. (2013). Violencia obstétrica: percepción de las usuárias. Rev Obstet Ginecol Venez., 73(3), 171-180. Retrieved from http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0048-77322013000300004

Tesser, C. D., Knobel, R., Andrezzo, H. F. A, & Diniz, S. D. (2015). Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 10(35), 1-12. doi: https://doi.org/10.5712/rbmfc10(35)1013

Urrea, J. D. A., Berrío, D. P. M., Merino, C. M., M. & Zapata, L. F. (2018). La atención a las madres durante el proceso de parto en algunos servicios de salud de la ciudad de Medellín: un acontecimiento enmarcado en el neoliberalismo y la mercantilización de la vida. Rev. Gerenc. Polit. Salu, 17(35). doi: https://doi.org/10.11144/Javeriana.rgps17-35.amdp

Velho, M. B., Santos, E. K. A, Brüggemann, O. M., & Camargo, B. V. (2012). Vivência do parto normal ou cesáreo: revisão integrativa sobre a percepção de mulheres. Texto Contexto Enferm., 21(2), 458-466. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-07072012000200026

Welder, G. W., Medeiros, C. R. G., Grave, M. T. Q., & Bosco, S. M. D. (2014). Escolha da via de parto pela mulher: autonomia ou indução? Cad. Saúde Colet., 22(1), 46-53. doi: https://doi.org/10.1590/1414-462X201400010008

World Health Organization. (2014). The prevention and elimination of disrespect and abuse during facility-based childbirth. Geneva. Retrieved from https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/134588/WHO_RHR_14.23_eng.pdf;jsessionid=C9F29EDBC7A15290C2F4E1CF8255A41A?sequence=1

Zamperi, M. F. M. (2006). Cuidado humanizado no pré-natal: um olhar para além das divergências e convergências. (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil). Retrieved from http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/88624




DOI: https://doi.org/10.18256/2175-5027.2021.v13i1.3903

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2021 Graziele Azevedo Abreu, Josinaldo Furtado de Souza, Regina Lígia Wanderlei de Azevedo, Flávio Lúcio Almeida Lima

ISSN 2175-5027

Licença Creative Commons
Este obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

BASES DE DADOS E INDEXADORES

  Periódicos CAPES
DOAJ.jpg
 
dialnet.png
 
REDIB
latindex.jpg
  Diadorim.jpg   Google Scholar
  erihplus.png  
circ.png
 SIS