Atribuição de Estereótipos a Pessoas de Esquerda e Direita na Política Brasileira

Natasha de Novaes Tesch Hosken, João Gabriel Modesto

Resumo


O Brasil vive um momento de polarização das opiniões políticas, sendo comum o uso de estereótipos entre pessoas com diferentes identidades políticas. Uma das formas de se compreender a atribuição dos estereótipos é por meio da Teoria da Identidade Social (TIS). Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo identificar os estereótipos atribuídos por pessoas de direita e esquerda ao seu próprio grupo de pertença político (endogrupo) e ao grupo político do qual não fazem parte (exogrupo). A amostra foi composta por 102 pessoas, a maioria mulheres (63,70%), sendo 58,80% da amostra identificada com a esquerda e 41,20% com a direita. Os participantes foram recrutados virtualmente, por meio de redes sociais, e a eles foi solicitado o preenchimento do instrumento de checklist para identificação do conteúdo dos estereótipos. O resultado obtido é o de fortalecimento da identidade social relacionada ao próprio posicionamento político (endogrupo). Portanto, características consideradas positivas foram associadas ao próprio grupo, e características negativas foram associadas ao exogrupo. Implicações para o contexto de polarização política do Brasil são discutidas.

Palavras-chave


estereótipo; identidade política; identidade social; teoria da identidade social.

Texto completo:

PDF

Referências


Arendt, F., & Marquart, F. (2015). Corrupt politicians? Media priming effects on overtly expressed stereotypes toward politicians. De Gruyter Mouton, 40(2), 185-197. https://doi.org/10.1515/commun-2015-0003

Cabecinhas, R., & Lázaro, A. (1997). Identidade Social e Estereótipos Sociais de Grupos em Conflito: Um Estudo numa Organização Universitária. Cadernos do Noroeste, 10(1), 411-426. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/238680104_Identidade_Social_e_Estereotipos_Sociais_de_Grupos_em_Conflito_Um_Estudo_numa_Organizacao_Universitaria

Camino, L., & Costa, J. B. D. (1994). A participação política do adolescente: indicação de uma abordagem psico-social a partir da noção de identidade. Temas em Psicologia, 2(1), 1-16. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000100002

Carreirão, Y. S. (2007). Identificação ideológica, partidos e voto na eleição presidencial de 2006. Opinião Pública, 13(2), 307-339. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-62762007000200004

Couto, C., & Modesto, J. G. (2020). The influence of Facebook on Political Activism and Radicalism. PsicoUSF, 25(4), 637-64. https://doi.org/10.1590/1413/82712020250404

Chaia, V., & Brugnago, F. (2014). A nova polarização política nas eleições de 2014: Radicalização ideológica da direita no mundo contemporâneo do Facebook. Revista de Arte, Mídia e Política, 7(21), 99-129. Recuperado de: https://revistas.pucsp.br/index.php/aurora/article/view/22032/16586

Fernandes, S. C. S., & Pereira, M. E. (2018). Endogrupo versus Exogrupo: o papel da identidade social nas relações intergrupais. Estud. pesqui. Psicol., 18(1), 30-49. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epp/v18n1/v18n1a03.pdf

Galli, L. M., & Modesto, J. G. (2021). A Influência das Crenças Conspiratórias e Orientação Política na Vacinação. Revista de Psicologia da IMED, 13(1), 179. https://doi.org/10.18256/2175-5027.2021.v13i1.4491

Galli, L. M., & Modesto, J. G. (2023). Polarization about Human Rights: Political Orientation, Morality, and Belief in a Just World. Trends in Psychology, 1-13. https://doi.org/10.1007/s43076-023-00260-4

Gloria Filho, M., & Modesto, J. G. (2019). Morality, Activism and Radicalism in the Brazilian Left and the Brazilian Right. Temas em Psicologia, 27(3), 763-777. https://doi.org/10.9788/TP2019.3-12

Jost, J. T., & Sidanius, J. (2004). Political psychology: Key readings. New York: Psychology Press. https://doi.org/10.4324/9780203505984

Lautert, J. A. M. (2017). Estereótipos de “coxinhas” e “mortadelas”: a representação política brasileira no canal Porta dos Fundos (Monografia de bacharelado em Comunicação Social). Recuperado de: Repositório Institucional da Universidade de Brasília. Recuperado de: https://bdm.unb.br/handle/10483/19713

Machado, F. V. (2013). Subjetivação política e identidade: contribuições de Jacques Rancière para a psicologia política. Revista Psicologia Política, 13(27), 261-280. Recuperado de: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7431654

Modesto, J. G., Zacarias, D. O., Galli, L. M., & Neiva, B. do A. (2020). COVID-19 and attitudes toward social distancing: The role of political beliefs, morality, and fake news. Estudos de Psicologia (Natal), 25(2), 124–132. https://doi.org/10.22491/1678-4669.20200013

Pereira, M. E. (2002). Psicologia Social dos Estereótipos. São Paulo: EPU.

Pereira, M. E., Ferreira, F. D. O., Martins, A. H., & Cupertino, C. M. (2002). Imagens e significado e o processamento dos estereótipos. Estudos de Psicologia, 7(2), 389-397. doi: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2002000200020

Pereira, M. E., Modesto, J. G., & Matos, M. D. (2012). Em direção a uma nova definição de estereótipos: teste empírico do modelo num primeiro cenário experimental. Psicologia e Saber Social, 1(2), 201-220. doi: https://doi.org/10.12957/psi.saber.soc.2012.4899

Ramos, M., & Moriconi, M. (2018). Corruption in Latin America: Stereotypes of Politicians and Their Implications for Affect and Perceived Justice. Social Psychological and Personality Science, 9(2), 111-122. doi: https://doi.org/10.1177/1948550617729884

Rodrigues, L. G., Brandão, F. D., & Modesto, J. G. (2022). Identificação política e sua relação com as atitudes diante da educação sexual. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 33, e1062. https://doi.org/10.35919/rbsh.v33.1062

Santos, F., & Tanscheit, T. (2019). Quando velhos atores saem de cena: a ascensão da nova direita política no Brasil. Colombia Internacional, 1(99), 151-186. doi: 10.7440/colombiaint99.2019.06

Tajfel, H., & Turner, J. (1979). An integrative theory of intergroup conflict. In W.G. Austin, & Stephen Worchel (Eds.), The Social Psychology of Intergroup Relations (pp. 33-47). Monterrey, CA: Brooks/Cole.

Valentim Brasil, M., Cúnico, S. D., & Brandelli Costa, A. (2022). Gênero sob ataque: atravessamentos da suposta neutralidade política na pauta educacional brasileira. Revista Polis e Psique, 12(1), 119–146. https://doi.org/10.22456/2238-152X.110786

Vervuurt. K. K. (2017). A influência dos estereótipos de gênero no processamento de informações sobre candidatos homens e mulheres (Dissertação de mestrado). Recuperado de: Repositório Institucional Universidade de Brasília https://repositorio.unb.br/handle/10482/24304




DOI: https://doi.org/10.18256/2175-5027.2022.v14i2.4699

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2023 Natasha de Novaes Tesch Hosken, João Gabriel Modesto

ISSN 2175-5027

Licença Creative Commons
Este obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

BASES DE DADOS E INDEXADORES

  Periódicos CAPES
DOAJ.jpg
 
dialnet.png
 
REDIB
latindex.jpg
  Diadorim.jpg   Google Scholar
  erihplus.png  
circ.png
 SIS