O uso da fenomenologia nas práticas de estágio supervisionado para licenciaturas
DOI:
https://doi.org/10.18256/2447-3944/rebes.v1n2p5-14Resumo
Este artigo tem como objetivo relatar a utilização da corrente filosófica fenomenológica como parte dos trabalhos desenvolvidos por alunos de estágios de observação em cursos de licenciatura e os impactos deste trabalho coletivo no processo de formação inicial docente. Os relatórios finais e os diários de observação foram produzidos a partir da teoria filosófica de Edmund Husserl (1975) e da estrutura básica do método fenomenológico de noema, noesis e redução eidética. Estes materiais foram produzidos por duas turmas de estágio de observação para licenciaturas da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FFP) no primeiro semestre de 2015 e analisados como discursos epidícticos (ARISTOTELES, 1998) segundo a retórica do discurso de Olivier Reboul (2004), Perelman Chaïm (2002) e Ferreira (2012).Os principais resultados desta experiência de estágio citados pelos alunos podem ser organizados nas seguintes conclusões: a contribuição do estágio para a desconstrução do papel da escola em uma função social distinta do ‘ser-discente’; os novos tipos de relacionamentos estabelecidos com seus futuros pares docentes; e, a possibilidade de ressignificar a disciplina Estágio Supervisionado como momento de reflexão sobre as práticas educativas. Estas realidades vividas pelos estagiários oportunizam enxergar a escola como espaço de investigação das realidades educacionais segundo a especificidade de suas licenciaturas. A utilização da fenomenologia como parte da metodologia utilizada ao longo do estágio curricular facilita na organização da experiência no campo escolar, da vivência com os sujeitos educacionais que compõem este ambiente e da reflexão necessária para a organização da problematização do campo educacional e da consciência da formação de sua identidade profissional como futuro docente desde a sua primeira entrada no espaço escolar público.
Referências
ARISTOTELES. Arte Poética e Arte Retórica. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.
DEPRAZ, Natalie. Compreender Husserl. Petrópolis: Vozes, 2011.
DUBAR, Claude. A crise das identidades – A interpretação de uma mutação. Porto: Afrontamento, 2006.
FAZENDA, Ivani Catarina. O papel do estágio nos cursos de formação de professores. In: PICONEZ, Stela Bertholo. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado. Campinas: Papirus editora, 1991. (p. 47-57).
FERREIRA, Arthur Vianna. Representações Sociais e Identidade Profissional – elementos das práticas educacionais com os pobres. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2012.
HUSSERL, Edmund. Investigações Lógicas. São Paulo: Abril Cultural, 1975.
PERELMAN, Chaïm. Retóricas. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
PICONEZ, Stela Bertholo. A prática de ensino e o estágio supervisionado: a aproximação da realidade escolar e a prática da reflexão. In: PICONEZ, Stela Bertholo. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado. Campinas: Papirus editora, 1991. (p. 13-34).
PIMENTA, Selma Garrido. O Estágio na formação de Professores. São Paulo: Cortez, 2010.
REBOUL, Olivier. Introdução à retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: vozes, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Os conteúdos publicados na Revista são de responsabilidade de seus autores. Os autores não serão remunerados pela publicação de seus trabalhos. É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação dos artigos às normas da publicação.