Atuação do Psicólogo Escolar Crítico Frente às Queixas Escolares: As Assembleias Escolares
DOI:
https://doi.org/10.18256/2175-5027.2019.v11i1.3039Palavras-chave:
Psicologia educacional, queixas escolares, assembleias escolaresResumo
O presente artigo relata uma experiência de atuação em psicologia escolar. Desde 1980, a psicologia escolar critica a psicologia tradicional, através de pesquisas que contestam a explicação patologizante do fracasso escolar, gerando modificações na atuação de muitos psicólogos. Práticas psicológicas como a psicoterapia clínica em ambiente escolar são substituídas por práticas discursivas promotoras de diálogo. Com o objetivo de estabelecer a democracia escolar e o protagonismo das crianças na transformação das relações interpessoais, as assembleias escolares se revelam como potencial instrumento socioeducativo. Realizamos uma intervenção numa escola pública de ensino fundamental, em Salvador - BA, com uma turma do 5º ano, a partir de queixas de indisciplina. Foram realizados cinco encontros semanais com a turma: um de preparação, dois de assembleia, um de fechamento e outro de festa de encerramento. Reuniões com membros da equipe escolar precederam o primeiro encontro e sucederam o último. Pudemos perceber o quanto é importante para os alunos serem escutados e reconhecidos como sujeitos, acolhidos em suas opiniões nem sempre “politicamente corretas”. Este trabalho está em processo. Nas próximas etapas, os psicólogos problematizarão com a equipe escolar o que se entende por indisciplina, quando esta acontece e quais são as práticas que a produzem.
Downloads
Referências
Araújo, U. (2004). Assembleia escolar: um caminho para a resolução de conflitos. São Paulo/SP: Moderna.
Castro, L. R. de, Moura, C. B., Vieira, I. K., & Lara, J. S. de. (2018). Falas, afetos, sons e ruídos: as crianças e suas formas de habitar e participar do espaço escolar. Revista Eletrônica de Educação, 12(11), 151-168. doi: https://doi.org/10.14244/198271992019
Eidt, N. M. (2009). A educação escolar e a relação entre o desenvolvimento do pensamento e a apropriação da cultura: a psicologia de A. N. Leontiev como referência nuclear de análise. (Tese de Doutorado). Universidade Estadual Paulista, Araraquara. Recuperado em: http://hdl.handle.net/11449/101573
Freitas, M. do C. S. de, Minayo, M. C. de S., Ramos, L. B., Fontes, G. V., Santos, L. A., Souza, E. C. de, Menezes, I. (2013). Escola: lugar de estudar e de comer. Ciência & Saúde Coletiva, 18(4), 979-985. doi: https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000400010
Gaitas, S., & Morgado, J. (2010). Educação, diferença e psicologia. Lisboa: Editora Análise Psicológica.
Goldenstein, M. S. (1986). A exclusão da escola de 1º grau: a perspectiva dos excluídos. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, Projeto Educação e Desenvolvimento.
Lima, J. dos S., & Santos, G. L. dos. (2018). Valores, educação infantil e desenvolvimento moral: concepções dos professores. Educação & Formação, 3(8), 153-170. doi: https://doi.org/10.25053/redufor.v3i8.275
Machado, A. M. (1996). Reinventando a avaliação psicológica (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/101573
Mesquita, A. M. (2010). Os conceitos de atividade e necessidade para a Escola Nova e suas implicações para a formação de professores. São Paulo: Editora UNESP.
Moysés, M. A. A. (2001). A institucionalização invisível: crianças que não-aprendem-na-escola. São Paulo: Editora FAPESB.
Müller, F. (2008). Socialização na escola: transições, aprendizagem e amizade na visão das crianças. Educar, 32, 123-141. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-40602008000200010
Patto, M. H. S. (2015). A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia (4ª ed.). São Paulo: Intermeios. (Trabalho original publicado em 1990).
Patto, M. H. S. (1984). Psicologia e ideologia: uma introdução crítica à psicologia escolar. São Paulo: T. A. Queiroz.
Puig, J. (2000). Democracia e participação escolar. São Paulo: Moderna.
Ramos, A. M., & Vinha, T. P. (2014). Relações interpessoais em classes ‘difíceis’ e ‘não difíceis’ do Ensino Fundamental II. International Journal of Developmental and Educational Psychology: Revista de Psicologia, 6(1), 39-46. doi: https://doi.org/10.17060/ijodaep.2014.n1.v6.715
Schinitman, D. (2000). Novos paradigmas na resolução de conflitos. Porto Alegre: Artes Médicas.
Silva, C. A. D., Barros, F., Halpern, S., & Silva, L. A. D. (2003). De como
a escola participa da exclusão social: Trajetória de reprovação das crianças negras. Campinas, SP: Editora Papirus.
Souza, M. P. R. (2000). A queixa escolar na formação de psicólogos. In Tanamachi, E., Proença, M. & Rocha, M. (Orgs.). Psicologia e Educação: desafios teórico-práticos. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Vidigal, S. M. P., & Oliveira, A. T. (2013). Resolução de conflitos: um desafio para o educador. Nuances: estudos sobre educação, 24(3), 2015-234. doi: https://doi.org/10.14572/nuances.v24i3.2707
Vinha, T. P., & Tognetta, L. R. P. (2009). Construindo a autonomia moral na escola: os conflitos interpessoais e a aprendizagem dos valores. Revista Diálogo Educacional, 9(28). doi: https://doi.org/10.7213/rde.v9i28.3316
Publicado
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais, conforme a licença Creative Commons abaixo.
A RPI exime-se de quaisquer responsabilidades civis ou legais em relação aos conteúdos publicados, ficando estes a cargo dos respectivos autores.

Revista de Psicologia da IMED (RPI), da Atitus é licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho de https://seer.atitus.edu.br/index.php/revistapsico