A Participação das Mulheres na Gestão Influencia o Desempenho das Organizações?

Silvana Dalmutt Krüger, Claudia Dalla Porta, Geovanne Dias de Moura

Resumo


O estudo verificou se a participação das mulheres na gestão das organizações influencia o desempenho. Realizou-se uma pesquisa descritiva, documental e quantitativa a partir de uma amostra constituída por 228 companhias em 2011, 230 em 2012, 233 em 2013, 240 em 2014, 229 em 2015, 226 em 2016, 223 em 2017. O desempenho foi analisado por meio de quatro medidas. Duas são baseadas na contabilidade: índice de retorno sobre os ativos (ROA) e retorno sobre o patrimônio líquido (ROE); outras duas medidas baseadas no mercado: market-to-book (MTB) e Q de Tobin. Como proxies para a participação das mulheres na gestão, foram utilizadas quatro variáveis: 1) dummy para a existência de mulheres no CA; 2) dummy para a maioria de conselheiras mulheres; 3) percentual de mulheres no CA; 4) dummy para presidente do CA mulher. Os resultados mostraram uma variação no desempenho das empresas. Quanto à participação das mulheres na gestão, destaca-se que o número de empresas que possuíam mulheres aumentou; embora em menos de 4% das empresas as mulheres são a maioria nos conselhos. Identificou-se que o percentual médio de mulheres nos conselhos não ultrapassou 16% e, aproximadamente, 5% das empresas possuíam mulheres no cargo de presidente do conselho. Dentre as quatro variáveis que captavam a participação das mulheres na gestão, apenas a variável que capta a existência de mulheres no conselho foi significativa em relação ao MTB. Portanto, concluiu-se que, na amostra investigada, apenas o MTB é influenciado pela gestão feminina.


Palavras-chave


Participação das mulheres; Gestão das organizações; Desempenho

Texto completo:

PDF

Referências


Adams, R. B., & Ferreira, D. (2009). Women in the boardroom and their impact on governance and performance. Journal of Financial Economics, 94(2), 291-309.

Almeida, J. E. F. D., Lopes, A. B., & Corrar, L. J. (2013). Gerenciamento de resultados para sustentar a expectativa do mercado de capitais: impactos no índice market-to-book. Advances in Scientific and Applied Accounting, 4(1), 44-62.

Almeida, R. S., Klotzle, M. C., & Pinto, A. C. F. (2013). Composição do conselho de Administração no setor de energia elétrica do Brasil. Revista de Administração da UNIMEP, 11(1), 156-180.

Assaf Neto, A. (2014). Finanças corporativas e valor. São Paulo.

B3 S.A.- Brasil, Bolsa, Balcão. Empresas listadas B3. Recuperado de http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/renda-variavel/empresas-listadas.htm

Barbosa, R. P. (2013). Relações de gênero e a lógica da competência no mercado de trabalho. Revista de Carreiras e Pessoas, 3(2). 36-52.

Carter, D. A., Simkins, B. J., & Simpson, W. G. (2003). Corporate governance, board diversity, and firm value. Financial Review, 38(1), 33-53.

Carvalho Neto, A. M., Tanure, B., & Andrade, J. (2010). Executivas: carreira, maternidade, amores e preconceitos. RAE-eletrônica, 9(1), 3.

Carvalho, R. A. A., Pires, S. D., & Malvezzi, S. (2018). O paradigma do dom e a arte de legar. Revista de Administração IMED, 8(2), 236-259.

Chizema, A., Kamuriwo, D. S., & Shinozawa, Y. (2015). Women on corporate boards around the world: triggers and barriers. The Leadership Quarterly, 26(6), 1051-1065.

Corazza, F., Kruger, S. D., Moura, G. D., & Dal Magro, C. B. (2020). Participación de las mujeres en el consejo de administración y gestión de ingresos. Contabilidad Y Negocios, 15(30), 124-139.

Correia, P., Santos, S., & Correia, M. (2017). Percepções sobre cibersegurança e privacidade em Portugal: evidências estatísticas de igualdade e desigualdade homem-mulher. Revista Latino Americana de Geografia e Gênero, 8(1), 35-50.

Cruz, N. G., Lima, G. H., Durso, S. O. de, & da Cunha, J. V. A. (2018). Desigualdade de gênero em empresas de auditoria externa. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, 21(1), 142-159.

Dias, D. T. A., & Toni, D. (2018). Fatores impactantes no desempenho organizacional: proposição de um modelo conceitual. Revista Gestão Organizacional, 11(3), 110-127.

Henderson, P. A., Ferreira, M. A. de A., & Dutra, J. S. (2016). As barreiras para a ascensão da mulher a posições hierárquicas: um estudo sob a óptica da gestão da diversidade no Brasil. Revista de Administração da Universidade Federal de Santa Maria, 9(3), 489-505.

Kammler, E. L., & Alves, T. W. (2009). Análise da capacidade explicativa do investimento pelo “q” de Tobin em empresas brasileiras de capital aberto. RAE-eletrônica, 8(2), 12.

Lazzaretti, K., Godoi, C. K., Camilo, S. P. O., & Marcon, R. (2013). Gender diversity in the boards of directors of Brazilian businesses. Gender in Management: an International Journal, 28(2), 94-110.

Lizote, S. A., Alves, C. S. R., Verdinelli, M. A., & Terres, J. C. (2017). Capital humano e sua relação com o desempenho organizacional em empresas prestadoras de serviços contábeis. Revista Catarinense da Ciência Contábil, 16(48), 24-38.

Lückerath-Rovers, M. (2013). Women on boards and firm performance. Journal of Management & Governance, 17(2), 491-509.

Martins, R., Lopes, V., de Oliveira, I., & Medeiros, C. (2017). Celebridade, empreendedora e estética: representações das feminidades na revista Exame. Revista de Administração IMED, 7(1), 70-92.

Mattei, T. F., & Baço, F. M. B. (2017). Análise da existência de discriminação salarial entre homens e mulheres na indústria de transformação do estado de Santa Catarina. Revista Economia & Gestão, 16(45), 103-125.

Mercali, G. D., Gasparin, G. S., & Scheffer, A. B. B. (2017). Mulheres a frente: um estudo das práticas de gestão sob um olhar feminino em pequenas empresas familiares de negócios tradicionalmente masculinizados. Revista de Carreiras e Pessoas, 7(3), 113-138.

Pereira, S. P. M., & Correia, P. M. A. R. (2021). The sustainability of the Portuguese prison system: a criminal justice system in masculine form? Social Sciences, 10, 19.

Reis, T. A., Dias, A. S., Oliveira, E. O., Costa, J. A., Cremonezi, G. O. G., & Spers, V. R. E. (2018). Desafios e conflitos da mulher na busca da ascensão na carreira profissional. Revista de Carreiras e Pessoas, 8(3), 398-412.

Sant’Anna, D. P., Louzada, L. C., Queiroz, E., & Ferreira, B. P. (2015). Valor de mercado e valor contábil e sua relação com os resultados anormais no mercado de capitais no Brasil. Revista de Contabilidade e Organizações, 9(23), 3-13

Silva Júnior, C. P. D., & Martins, O. S. (2017). Mulheres no conselho afetam o desempenho financeiro? uma análise da representação feminina nas empresas listadas na BM&FBovespa. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 12(1), 62-76.

Silva, A. L. C., & Margem, H. (2015). Mulheres em cargos de alta administração afetam o valor e desempenho das empresas brasileiras? Revista Brasileira de Finanças, 13(1), 102-133.




DOI: https://doi.org/10.18256/2237-7956.2021.v11i2.4361

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2022 Silvana Dalmutt Krüger, Claudia Dalla Porta, Geovanne Dias de Moura

Revista de Administração IMED (RAIMED)               ISSN: 2237-7956                Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA/Atitus)

Atitus Educação - Business School – www.imed.edu.br – Rua Senador Pinheiro, 304 – Bairro Vila Rodrigues – 99070-220 – Passo Fundo/RS – Brasil Tel.: +55 51 4004-4818

Licença Creative Commons

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.