Masculinidades, Trabalho e Reprodução de Preconceitos: Um Estudo com Trabalhadores Gays, Lésbicas e Bissexuais

Henrique Luiz Caproni Neto, Luiz Alex Silva Saraiva

Resumen


O objetivo deste artigo é analisar a masculinidade para trabalhadores não heterossexuais e como ela afeta a dinâmica social e organizacional, o que foi feito mediante um estudo qualitativo baseado em histórias orais com gays, lésbicas e bissexuais de Juiz de Fora, Minas Gerais. Os dados foram tratados pela análise de conteúdo e os resultados sugerem uma hierarquia de masculinidades cujo mais alto nível está associado à masculinidade hegemônica, heterossexual e viril. Outras masculinidades não hegemônicas podem até ser socialmente toleradas, conforme, principalmente, seu nível de discrição. Os que expõem masculinidades não hegemônicas se sujeitam a violências legitimadas pela sociedade porque ela, assim, mantém a ordem, esvaziando a identidade homossexual ao culpá-los por serem diferentes. Esse quadro sugere enxergar além dos processos formais, para que se lide com aspectos não objetivos e que afetam as pessoas, suas práticas, e seu desempenho nas organizações.


Palabras clave


Masculinidade; preconceito; gays; lésbicas; gênero

Referencias


Adams, J. E (1993). The banality of transgression?: recent works on masculinity. Victorian Studies, 36, 207-213.

Alvesson, M. & Billing, Y. D (1992). Gender and organization: toward a differentiated understanding. Organization Studies, 13, 73-103.

Anand, D. (2007). Anxious sexualities: masculinity, nationalism and violence. British Journal of Politics & International Relations, 9, 257-269.

Anderson, E. (2008). “Being masculine is not about who you sleep with”: heterosexual athletes contesting masculinity and the one-time rule of homosexuality. Sex Roles, 58, 104-115.

Areda, F. (2006). Ser gay e a possibilidade de não ser homem. Seminário internacional fazendo gênero. Agosto, Florianópolis.

Baaz, M. E. & Stern, M. (2009). Why do soldiers rape? Masculinity, violence, and sexuality in the armed forces in the Congo. International Studies Quarterly, 53, 495-518.

Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo. 5. ed. Lisboa: Edições 70.

Beasley, C. (2012). Problematizing contemporary men/masculinities theorizing: the contribution of Raewyn Connell and conceptual-terminological tensions today. British Journal of Sociology, 63, 747-765.

Borillo, D. (2010). Homofobia. Belo Horizonte: Autêntica.

Bourdieu, P. (2003). A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Butler, J. (2004). Undoing Gender. New York: Routledge.

Cardoso, F. L. (2002). “Fishermen”: masculinity and sexuality in a Brazilian fishing community. Sexuality and Culture, 6, 45-72.

Carrieri, A. P., Souza, E. M., & Aguiar, A. R. C. (2014). Trabalho, violência e sexualidade: estudo de lésbicas, travestis e transexuais. Revista de Administração Contemporânea, 18(1), 78-95.

Castro-Vázquez, G., & Kishi, I. (2003). Masculinities and sexuality: the case of a Japanese top ranking senior high school. Journal of Gender Studies, 12, 21-33.

Chizzotti, A (2006). Pesquisa em ciências humanas e sociais. Petrópolis: Vozes.

Connell, R. W. (1995). Políticas da masculinidade. Educação & Realidade, 20, 185-206.

Cooper, M (2000). Being the “go-to guy”: fatherhood, masculinity, and the organization of work in silicon valley. Qualitative Sociology, 23, 379-405.

Coston, B. M., & Kimmel, M (2012). Seeing privilege where it isn’t: marginalized masculinities and the intersectionality of privilege. Journal of Social Issues, 68, 97-111.

Diniz, A. P. R., Carrieri, A. P., Gandra, G., & Bicalho, R. A. (2013). Políticas de diversidade nas organizações: as relações de trabalho comentadas por trabalhadores homossexuais. Revista Economia & Gestão, 13(31), 93-114.

Eccel, C. S., Saraiva, L. A. S., & Carrieri, A. P. (2015). Masculinidade, autoimagem e preconceito em representações sociais de homossexuais. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 9, 1-15.

Eccel, C. S., & Grisci, C. L. I. (2011). Trabalho e Gênero: a produção de masculinidades na perspectiva de homens e mulheres. Cadernos EBAPE.BR, 9(1), 57-78.

Franco, M. L. P. B. (2005). Análise de conteúdo. Brasília: Liber Livro.

Freitas, M. E. (2007). A metáfora da guerra e a violência no ambiente de trabalho. In: Carrieri, A. P., & Saraiva, L. A. S. (Org.). Simbolismo organizacional no Brasil. São Paulo, Atlas, pp. 277-291.

Galloway, L (2012). The experiences of male gay business owners in the UK. International Small Business Journal, 30, 890-906.

Hobsbawn, E., & Ranger, T. (1984) A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Kosetzi, K. (2012). (Challenges to) hegemonic masculinity in Greek fictional television. Culture, Society & Masculinities, 4, 107-132.

Linstead, S. & Pullen, A. (2006) Gender as multiplicity: Desire, displacement, difference and dispersion. Human Relations, 59, 1287-1310.

Mankayi, N. (2008). Morality and sexual rights: constructions of masculinity, femininity and sexuality among a group of South African soldiers. Culture, Health & Sexuality, 10, 625-634.

Meihy, J. C. S. B (2005). Manual de história oral. São Paulo: Loyola.

Mills, M. (1997) Football, desire and the social organisation of masculinity. Social Alternatives, 16, 10-13.

Nagel, J (1998). Masculinity and nationalism: gender and sexuality in the making of nations. Ethnic & Racial Studies, 21, 242-269.

Orlandi, E. P. (2007). As formas do silêncio. 6. ed. Campinas: UNICAMP.

Prado, M., & Machado, F. V. (2012) Preconceito contra homossexualidades. São Paulo: Cortez.

Ross-Smith, A., & Kornberger, M. (2004). Gendered rationality? A genealogical exploration of the philosophical and sociological conceptions of rationality, masculinity and organization. Gender, Work and Organization, 11, 280-305.

Rumens, N. (2008). Working at intimacy: gay men’s workplace friendship. Gender, Work and Organization, 15, 9-30.

Souza, E. M., Costa, A. S. M., & Pereira, S. J. N. (2015). A Organização (in)corporada: ontologia organizacional, poder e corpo em evidência. Cadernos EBAPE.BR, 13, 727-742.

Souza, E. M., & Pereira, S. J. N. (2013). (Re)Produção do heterossexismo e da heteronormatividade nas relações de trabalho. Revista de Administração Mackenzie, 14, 76-105

Welzer-Lang, D. (2001). A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas, 9, 460-481.

Wilkins, A. C (2009). Masculinity dilemmas: sexuality and intimacy talk among christians and goths. Signs: Journal of Women in Culture and Society, 34, 343-368.




DOI: https://doi.org/10.18256/2237-7956.2018.v8i1.2201

Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.




Copyright (c) 2018 Henrique Luiz Caproni Neto, Luiz Alex Silva Saraiva

Revista de Administração IMED (RAIMED)               ISSN: 2237-7956                Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA/Atitus)

Atitus Educação - Business School – www.imed.edu.br – Rua Senador Pinheiro, 304 – Bairro Vila Rodrigues – 99070-220 – Passo Fundo/RS – Brasil Tel.: +55 51 4004-4818

Licença Creative Commons

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.