Apropriação espacial em um conjunto habitacional de interesse social em Erechim

Ana Luíza Van Der Neut, Karine Grasel Zimermann, Edison Kiyoshi Tsutsumi

Resumo


O problema do déficit habitacional pode ser considerado uma das principais demandas sociais urbanas do Brasil. Para além do ambiente doméstico, a implantação de moradias de interesse social enfrenta e faz emergir problemas na escala da cidade. Inserindo-se no duplo processo de industrialização-urbanização que acompanha o desenvolvimento do capitalismo, a habitação urbana transpõem as barreiras arquitetônicas e configura-se como uma questão social. Estes problemas sociais se agravam devido a necessidade de urbanizar áreas cada vez mais periféricas para abrigar por exemplo, empreendimentos de Habitação de Interesse Social (HIS). O município de Erechim não é exceção no cenário nacional apresentando déficit agravante de unidades habitacionais. Isto posto, inserido neste contexto, adentram ao estudo os Beira-Trilhos: movimento social do grupo de excluídos que habitam a faixa lindeira da linha férrea que atravessa a cidade; apresentando, por consequência, particularidades quanto a apropriação espacial do conjunto habitacional. Deste modo, o presente trabalho objetiva realizar uma análise acerca da habitabilidade social do projeto do Conjunto Habitacional Jardim Aeroporto, elaborado pela Secretaria de Habitação do Município de Erechim, bem como investigar as influências do reassentamento dos Beira-Trilhos para o empreendimento. Os métodos e abordagens utilizados basearam-se em estudos teóricos de trabalhos elaborados por demais autores e levantamento in loco, os quais possibilitaram a análise do modelo arquitetônico de modo a enfatizar os aspectos físicos e a adaptabilidade das edificações. Contudo, os dados coletados e analisados ressaltam que, as necessidades cotidianas dos usuários não compõem o processo projetual, a exemplificar-se pela impossibilidade de locação de uma mesa para refeições no ambiente destinado originalmente a sala e cozinha conjugadas. Assim, diagnosticando as carências arquitetônicas apresentadas pelas residências quanto a incompatibilidade na disposição do mobiliário comercial em relação os ambientes, entende-se que é possível melhorar as condições de habitabilidade das mesmas, de modo a facilitar a permanência do usuário na moradia e compor subsídios para a elaboração de diretrizes de novos projetos. 


Palavras-chave


Habitação; Movimentos Sociais; Mobiliário; Conjuntos habitacionais.

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DOI: https://doi.org/10.18256/2318-1109/arqimed.v4n2p80-89

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ISSN 2318-1109

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