OS PROCESSOS DE REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE BAURU (SP) DE 1996 À 2020: A NÃO REGULAMENTAÇÃO DE PLANOS E LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18256/2318-1109.2024.v13i2.5137

Palavras-chave:

Plano Diretor, instrumentos urbanísticos, Estatuto da Cidade

Resumo

A instituição dos Planos Diretores após a Constituição Federal (1988) e o Estatuto da Cidade (2001) geraram novos paradigmas na gestão territorial. Contudo, a não regulamentação das legislações específicas previstas inicialmente por estes Planos, impossibilitaram a implantação de diversas medidas previstas. Bauru (SP), município de médio porte, teve seus Planos instituídos em 1996, 2008 e em 2020 iniciou a revisão do Novo Plano. O objetivo desse estudo foi avaliar comparativamente as gerações dos Planos Diretores de Bauru trazendo como recorte de análise a não promulgação das legislações específicas previstas no Plano, bem como, os avanços e limitações em decorrência disso. A metodologia qualitativa envolveu a consulta às legislações, planos, cartografias e outras pesquisas desenvolvidas na área. A sistematização dos resultados foi realizada no formato de duas tabelas de avaliação. Na primeira, foram inseridos exemplos de definição de temas e categorias para avaliação com as principais temáticas mencionadas nos capítulos dos respectivos planos (Habitação, Mobilidade Urbana, Zoneamento, entre outras). Desse modo, fez-se a comparação por geração Planos Diretores analisados a partir da categorização proposta. Na segunda, foi realizada a avaliação comparativa quanto a aplicação dos instrumentos específicos do Estatuto da Cidade, seguindo categorização similar em relação a anterior. Como resultado, notou-se que as necessidades urbanas devem estar além dos interesses específicos de cada gestão e, sim, serem incorporadas em processos de revisão, participação popular e instituição de legislações específicas para efetividade. Sabe-se que há uma complementaridade entre os instrumentos legais avaliados e suas esferas de poder (municipal, estadual e federal). As características e peculiaridades de cada Plano analisado apontam que no do de 1996, há uma participação tecnocrática significativa em sua elaboração, embora com medidas progressistas para a época, não houve avanço na participação popular. Em contrapartida, o Plano Diretor de 2008 há intensa participação e sensibilização popular em todas as suas etapas, contudo, a carência de implantação dos instrumentos específicos limitou sua efetividade em alguns aspectos. A versão do diagnóstico do Plano de 2020, avança significativamente em termos de participação da população e leitura contemporânea do território, porém, submetido a interesses da gestão teve seu processo interrompido antes da conclusão.

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Biografia do Autor

  • Natasha Nême Gonçalves de Almeida, Universidade Federal de São Carlos
    Atualmente é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana (PPGEU) pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com acordo de cooperação internacional em andamento com a Universidad Nacional de La Plata (UNLP, Argentina) nas linhas de pesquisa de Avaliação e Análise de Instrumentos Urbanísticos Aplicados e Dinâmicas Urbanas Latino-americanas com pesquisa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP/Bauru. Foi bolsista de iniciação científica da Fapesp (2018-2019) no projeto Inserção urbana: da favela ao Programa Minha Casa Minha Vida, processo 2017/21011-1 e uma das finalistas da seleção das melhores pesquisas no XXXI Congresso de Iniciação Científica da UNESP. Junto à UNESP, foi membro dos grupos de pesquisa: (1) ARQHAB - Núcleo de Pesquisa em Arquitetura e Habitação de Interesse Social; (2) GEOPP - Grupo de Estudos de Política e Políticas Públicas e (3) SITU - Sistemas Integrados Territoriais e Urbanos. Foi consultora em habitação social da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), no Programa EEDUS por meio da cooperação entre os governos alemão e brasileiro responsável pela elaboração de relatórios técnicos para a "Metodologia de avaliação de empreendimentos habitacionais degradados e elaboração de ferramentas visando a ampliação de investimentos em eficiência energética" nos empreendimentos do MCMV em Bauru. Trabalhou com licenciamento de empreendimentos habitacionais de interesse social de grande porte no setor privado junto aos órgãos públicos competentes. Atua nas seguintes temáticas: habitação de interesse social, dinâmicas urbanas latino-americanas, planejamento urbano e regional, patrimônio industrial ferroviário e políticas públicas voltado ao direito à cidade e à moradia.
  • Didiane Victoria Buzinelli Inaba, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

    Atualmente é doutoranda no Programa de Pós Graduação em Engenharia Urbana (PPGEU) pela Universidade federal de São Carlos (UFSCar). Graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 1995 com mestrado em Engenharia de Estruturas pela Universidade de São Paulo (EESC - USP) em 2000. É Engenheira Civil e Diretora de Licenciamento e Fiscalização da Secretaria de Obras, Engenharia e Infraestrutura da Prefeitura Municipal da Estância Turística de Olímpia. Integra o grupo de pesquisa Gestão do Ambiente Urbanizado.

  • Daiane Reis, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

    Atualmente, é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana (PPGEU) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A pesquisa é financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé (UNIFEG). Atuou como Diretora do Departamento de Infraestrutura Urbana na Secretaria de Obras do município de Monte Santo de Minas- MG.

  • Luciana Márcia Gonçalves, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

    Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo EESC/USP (1989), mestrado em Tecnologia do ambiente construído pela Universidade de São Paulo EESC/USP (1995), doutorado em Planejamento Urbano pela Universidade de São Paulo FAUUSP (2005) e Pós-Doutorado em Ciências Ambientais na UAB - Universidade Autônoma de Barcelona (2013/2014). É docente do Departamento de Engenharia Civil da UFSCar e do Programa de Pós-graduação em Engenharia Urbana da mesma universidade. Desde janeiro de 2021 assumiu a Secretaria de Gestão de Espaços Físico (SEGEF-UFSCAR).

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Publicado

2024-12-24

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Seção

Artigos