Painéis ACM e a segurança contra incêndio no Brasil: uma análise das normas após a tragédia da Grenfell Tower
DOI:
https://doi.org/10.18256/2318-1109.2024.v13i1.4968Palavras-chave:
Fachada de edificações. Torre Grenfell. Painéis ACM. Segurança contra incêndios. Normas de construção.Resumo
A fachada de uma edificação é mais do que uma simples barreira física que separa o interior do exterior. O revestimento da fachada é responsável pela expressão estética do edifício, mas também desempenha um papel crítico acerca da segurança contra incêndios, conforto termoacústico, eficiência energética e durabilidade. Os painéis de material de alumínio composto (ACM) frequentemente presentes nas fachadas de edifícios, devido principalmente à rapidez na instalação, possibilidade de moldagem, variedade de cores e relativa facilidade na manutenção, trazem consigo também riscos pouco discutidos no contexto da segurança à vida de seus habitantes. O edifício residencial Yachthouse Residence Club, localizado em Balneário Camboriú, Santa Catarina é o segundo residencial mais alto do Brasil com 281 metros de altura distribuídos por 81 andares e tem sua fachada composta por uma combinação de vidros e ACM. A reforma do edifício Grenfell Tower em Londres redundou, segundo a investigação oficial, em um exemplo emblemático destes riscos silentes, o dito edifício contou com o uso extensivo de materiais de revestimento compostos por ACM com diversos tipos de núcleos—mineral, polietileno e poliisocianurato— promovendo a rápida propagação de um dos maiores incêndios na história do Reino Unido. Nesta perspectiva,o presente artigo tem como objetivo uma revisão bibliográfica técnica da literatura nacional e internacional acerca do ACM, com especial atenção à Segurança Contra Incêndio em Edificações. Sendo examinado em detalhes o incêndio que vitimou fatalmente dezenas de pessoas em Londres ecom uma investigaçãodas normas de segurança contra incêndio, pós tragédia, do Reino Unido, Austrália e Emirados Árabes Unidos, as quaisforam visivelmente alteradas em favor da segurança da cidade e dos cidadãos, com casos inclusive de banimento de determinados tipos de ACM. Neste diapasão, em análise comparativa das literaturas internacionais supracitadas perante o conjunto de normas similares no Brasil, observa-se como resultado uma ausênciade regulamentos e proibições voltados expressamente para a utilização de ACM no revestimento de fachadas. Portanto, pode-se considerar que as normas brasileiras nesta matéria estão em um patamar muito defasado quando comparadas com as normas internacionais levantadas neste trabalho.
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Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na arqimed, editada pela Escola de Arquitetura e Urbanismo da Atitus Educação, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais co-autores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Atitus Educação.