Terra Urbana aforada: estrutura, forma e transformação no espaço urbano original de fundação da cidade de Ribeirão Preto/SP

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18256/2318-1109.2018.v7i2.2994

Palavras-chave:

Aforamento, Enfiteuse ou Emprazamento, Terra Urbana, Igreja Católica, Forma Urbana

Resumo

O entendimento da formação do espaço urbano no Brasil não pode se restringir a uma única perspectiva de análise. O objetivo deste artigo é discutir os aspectos morfológicos urbanos das cidades regidas pelo regime jurídico da enfiteuse, situação recorrente no nordeste do estado de São Paulo - Brasil, com especial atenção para a cidade de Ribeirão Preto. Não se pode definir ao certo em que momento o processo de formação do espaço urbano brasileiro ganhou contornos processuais quanto à fundação de uma localidade, entretanto, pode-se reconhecer e dar sentido a um processo que, se não foi o único, foi o mais difundido no estado de São Paulo: o de formação do patrimônio religioso. A concessão de terras à Igreja Católica foi recorrente no Brasil durante os períodos colonial e imperial para a fundação das cidades. Como estas terras eram destinadas à formação de bens patrimoniais de uma devoção santa dos moradores, não podiam ser comercializadas. Aforamento, enfiteuse ou emprazamento são sinônimos de um procedimento jurídico que, ao longo do tempo, mostrou-se bastante flexível em relação ao momento histórico, aos interesses dos diversos agentes sociais e à sua adequação ao meio social. Esse regime jurídico revela uma relação em que há um proprietário – proprietário direto – que tem o controle direto da terra urbana, concedendo a outro, o arrendatário, o domínio útil da terra. A este último lhe cabia o direito de usar a terra e a obrigação de um pagamento anual de impostos e um compromisso de dar uma porcentagem da comercialização da propriedade. A enfiteuse era uma forma de desmembramento da propriedade mediante um contrato. No ano de 1845 alguns fazendeiros doaram um terreno para a formação dos bens fundiários do santo São Sebastião, onde hoje é a cidade de Ribeirão Preto. Essa conjuntura definiu a estrutura, a forma e as transformações do espaço urbano original da cidade.

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Biografia do Autor

  • Dirceu Piccinato Junior, Faculdade Meridional - IMED.
    Arquiteto e Urbanista. Doutor em Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC Campinas. Docente da Graduação e do Programa e Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, campus Passo Fundo/RS, e Bolsista Produtividade da Fundação Meridional.
  • Ivone Salgado, Pontifícia Universidade Católica de Campinas
    Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica de Campinas junto ao Programa de Pós-Graduação em Urbanismo (desde 1998) e junto à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (dese 1987). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1978), Mestrado em Urbanisme "Amenagement et Environnement" pelo Institut d´Urbanisme de Paris - Université de Paris XII (Paris-Val-de-Marne) (1981), doutorado em Urbanisme "Amenagement et Environnement" pelo Institut d´Urbanisme de Paris - Université de Paris XII (Paris-Val-de-Marne) (1985) e pós-doutorado junto ao Istituto Universitario di Architettura di Venezia (2008-2009).

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Publicado

2019-04-17

Edição

Seção

Artigos