Pesquisas com Mulheres que Entregam os Filhos para Adoção: Relato de Experiência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18256/2175-5027.2020.v12i1.3325

Palavras-chave:

Adoção, Mulheres, Psicologia, Estigma Social

Resumo

O objetivo desse relato de experiência foi compartilhar as dificuldades e os desafios enfrentados no processo de desenvolvimento de pesquisas sobre as mulheres que entregam o filho para adoção. Foi descrito e discutido o processo metodológico de três estudos que tratam da complexa temática da entrega de um filho, realizados em Hospitais Públicos, em um Juizado da Infância e Juventude, Conselho Tutelar e Estratégias de Saúde da Família. Os impasses e problemas vivenciados junto a instituições de saúde, proteção e assistência no decorrer da realização de pesquisas evidenciam que estigmas estão fortemente enraizados na atuação dos profissionais. Essas concepções negativas têm impedido que os direitos das mulheres que entregam o filho e da criança sejam assegurados, como também demonstram que práticas estão mais em sintonia com esses preconceitos do que com a legislação vigente. Argumentos que reiteram a importância de aprofundar o estudo sobre esse tema são considerados, discutidos e analisados teoricamente.

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Biografia do Autor

  • Aline Cardoso Siqueira, Universidade Feral de Santa Maria

    Psicóloga, graduada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mestre em Psicologia com ênfase em Psicologia do Desenvolvimento pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS e Doutora em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS, com estágio sanduíche na University of Connecticut. É membro da equipe de pesquisadores do Laboratório de Análise e Prevenção da Violência (Laprev/UFSCar), realizando pesquisas relacionadas à maternidade, adoção, institucionalização de crianças e práticas educativas parentais. Atualmente, realiza Pós-doutorado no Laprev/UFSCar com Profa. Dra. Lúcia Cavalcante de Albuquerque Williams, sendo visiting researcher na University of Maryland (2017-2018). É membro do GT da ANPEPP "Tecnologia social e inovação: Intervenções psicológicas e práticas forenses contra violência". Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia do Desenvolvimento Humano e Psicologia Social e Comunitária, atuando principalmente nos seguintes temas: institucionalização, adolescência, parentalidade e maternidade. Atualmente, atua como docente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria/RS e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia/UFSM.

     
  • Suane Pastoriza Faraj, Universidade Federal de Santa Maria
    Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria. Possui Graduação em Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA - Campus Santa Maria (2007) e é Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2014). Possui Pós- Graduação lato sensu, na modalidade a distância, em Especialização em MBA em Gestão de Recursos Humanos junto a FATEC Internacional (2008) e Pós-Graduação em Criança e Adolescente em Situação de Risco junto ao Centro Universitário Franciscano - UNIFRA (2011). Tem experiência na área da Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: vulnerabilidade social, violência e rede de proteção. Atuou em políticas públicas da saúde e assistência social - proteção social especial de média e alta complexidade (CREAS e Acolhimento Institucional) e no Centro de Reabilitação física e intelectual. Atualmente é docente na Faculdade Palotina (FAPAS) e psicóloga na Entidade Palotina de Educação e Cultura. Contato [email protected].

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Publicado

2020-01-01

Edição

Seção

Artigo de relato de experiência

Como Citar

Siqueira, A. C., & Faraj, S. P. (2020). Pesquisas com Mulheres que Entregam os Filhos para Adoção: Relato de Experiência. Revista De Psicologia Da IMED, 12(1), 133-147. https://doi.org/10.18256/2175-5027.2020.v12i1.3325