Relações da Musicalidade no Exercício do Raciocínio em Adultos Musicistas

Jéssica Thuane Cordeiro Silva, Fernanda de Sousa Rocha, Gislane Ferreira De Melo, Isabelle Patriciá Freitas Soares Chariglione

Resumo


Este artigo tem por objetivo compreender a relação entre raciocínio e musicalidade em adultos. Sendo assim, para maior compreensão das habilidades cognitivas influenciadas pela atividade eufônica, uma pesquisa quantitativa foi realizada com 40 musicistas/instrumentistas, entre 18 e 64 anos (Média: 32,35 e DP:11,66), divididos em quatro grupos de acordo com a teoria organológica da execução dos instrumentos: três grupos (corda, sopro ou percussão) e um grupo de multi-instrumentistas. Em cada grupo foi aplicada a Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5), compreendendo as seguintes escalas: Raciocínio Verbal (RV), Raciocínio Numérico (RN), Raciocínio Abstrato (RA) e Raciocínio Espacial (RE). A aplicação das escalas permitiu entender se há relação entre a atividade exercida e/ou instrumento utilizado e o desempenho entre os diferentes tipos de raciocínio. Em relação às escalas, o grupo dos multi-instrumentistas apresentou desempenho melhor, em relação aos demais musicistas, em duas dessas (RA e RN); os demais resultados dos diferentes grupos expressaram médias favoráveis com base na padronização do BPR-5. Esses resultados preliminares, então, indicam que tipos diferenciados de raciocínio podem se desenvolver e relacionar com tipos específicos de musicistas.


Palavras-chave


BPR-5; cognição; música; neuropsicologia; raciocínio

Texto completo:

PDF

Referências


Almeida, L., & Primi, R. (2000). BPR–5: bateria de provas de raciocínio: manual técnico. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Brandão, M. L. (2004). As bases biológicas do comportamento: introdução à neurociência. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária.

Casarotto, F. D., Vargas, L. S., & Mello-Carpes, P. B. (2017). Música e seus efeitos sobre o cérebro: uma abordagem da neurociência junto a escolares. Revista ELO - Diálogos em Extensão, 06(02). doi: https://doi.org/10.21284/elo.v6i2.243

Cruz, A. D. M., Landeira-Fernandez, J., & Silva, M. T. S. (2007). Por uma psicologia baseada em um cérebro em transformação. Intersecções entre psicologia e neurociências, 1-15.

Eugênio, M. L., Escalda, J., & Lemos, S. M. A. (2012). Desenvolvimento cognitivo, auditivo e linguístico em crianças expostas à música: produção de conhecimento nacional e internacional. Revista CEFAC, 14(5), 992-1003. Retrived from http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v14n5/124-11.pdf

Fernandes, E., & Rizzo, S. C. (2018). Neurociência e os Benefícios da Música para o Desenvolvimento Cerebral e a Educação Escolar. Revista de Pós-graduação Multidisciplinar, 1(5), 9-18. doi: https://doi.org/10.22287/rpgm.v1i5.793

Forgeard, M., Winner, E., Norton, A., & Schlaug, G. (2008). Practicing a musical instrument in childhood is associated with enhanced verbal ability and nonverbal reasoning. PLoS ONE, 3(10), 1-8. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0003566

Galvão, A. (2006). Cognição, emoção e expertise musical. Psicologia: teoria e pesquisa, 22(2), 169-174.

Grassi M., Meneghetti C., Toffalini E., & Borella E. (2017). Auditory and cognitive performance in elderly musicians and nonmusicians. PLoS ONE, 12(11), e0187881. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0187881

Koelsch, S. (2018). Investigating the neural encoding of emotion with music. Neuron, 98(6), 1075-1079. doi: https://doi.org/10.1016/j.neuron.2018.04.029

Mendes, A., & Lima, A. R. B. (2016). Aprendizagem musical: processos para o ensino para adultos. Integratio, 2(2), 39-46. Retrived from http://fnbonline.com.br/revista/integratio/index.php/INT/article/view/48/0

Muszkat, M., Correia, C. M., & Campos, S. M. (2000). Música e neurociências. Revista Neurociências, 8(2), 70-75. Retrived from https://www.meloteca.com/musicoterapia2014/musica-e-neurociencias.pdf

Nainggolan, O. T. P. (2019). The Impact of Music in Increasing Intelligence: A “Gendhing Lancaran” Experiment on Spatial-Temporal Ability. Journal of Music Science, Technology, and Industry, 2(1), 113-124. doi:https://doi.org/10.31091/jomsti.v2i1.606

Nobre, D.V.; Leite, H.R.; Orsini, M.; Correa, C.L. (2012). Respostas Fisiológicas ao Estímulo Musical: Revisão de Literatura. Revista de Neurociências, 20(4), 625-633. Retrived from http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2004/revisao%2020%2004/694%20revisao.pdf

Norman-Haignere, S., Kanwisher, N. G., & McDermott, J. H. (2015). Distinct cortical pathways for music and speech revealed by hypothesis-free voxel decomposition. Neuron 88, 1281-1296. doi: https://doi.org/10.1016/j.neuron.2015.11.035

Nunes-Silva, M., & Haase, V. G. (2013). Amusias and modularity of musical cognitive processing. Psychology & Neuroscience, 6(1), 45-56. doi: https://doi.org/10.3922/j.psns.2013.1.08

Parbery-Clark A., Strait D. L., Anderson S., Hittner E., & Kraus N. (2011). Musical experience and the aging auditory system: Implications for cognitive abilities and hearing speech in noise. PloS ONE, 6, e18082. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0018082.

Peretz, I., Vuvan, D., Lagrois, M. É., & Armony, J. L. (2015). Neural overlap in processing music and speech. Philosofical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biologial. Sciences. 370:20140090. doi: https://doi.org/10.1098/rstb.2014.0090

Pires Filho, J. C. (2009) Classificação de instrumentos musicais em configurações monofônicas e polifônicas (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Retrived from http://www.pee.ufrj.br/index.php/pt/producao-academica/dissertacoes-de-mestrado/2009-1/2009090801-2009090801/file

Prestes, Z. R., Tunes, E., Pederiva, P. L. M., & Terci, C. (2018). A emergência da reação estética da criança na atividade musical. Fractal: Revista de Psicologia, 30(1), 46-57. doi: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i1/1496

Primi, R. & Almeida, L. S. (2000). Estudo de validação da Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5). Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16(2), 165-173. Retrived from http://www.scielo.br/pdf/%0D/ptp/v16n2/4379.pdf

Rabelo, C. M., Neves-Lobo, I. F., Rocha-Muniz, C. N., Ubiali, T., & Schochat, E. (2015). Cortical inhibition effect in musicians and non-musicians using P300 with and without contralateral stimulation. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 81, 63-70. doi: https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.11.003

Ravignani A., Thompson B., Filippi P. (2018). The evolution of musicality: what can be learned from language evolution research? Front. Neurosci. 12(20). doi: https://doi.org/10.3389/fnins.2018.00020

Rocha, V. D., & Boggio, P. S. (2013). A música por uma óptica neurocientífica. Per Musi, (27), 132-140. Retrived from http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-75992013000100012&script=sci_abstract&tlng=pt

Sternberg, R. J. (2008). Psicologia cognitiva. Tradução Roberto Cataldo Costa. 4ª. ed. Porto Alegre, RS: Artmed.

Strait D. L., Kraus N., Parbery-Clark A., Ashley R. (2010). Musical experience shapes top-down auditory mechanisms: Evidence from masking and auditory attention performance. Hearing Research, 261, 22–29. doi: https://doi.org/10.1016/j.heares.2009.12.021

Tabachnick, B. e Fidell, L. (2007). Using Multivariate Statistics. 5ed., Boston: Allyn e Bacon.

Teixeira, F. L. F., & Barja, P. R. (2011). Percepção musical: efeitos fisiológicos e psicológicos da música em crianças e pré-adolescentes. World Congress on Communication and Arts, 190-192. Retrived from http://proceedings.copec.eu/index.php/wcca/article/view/906

Travis F., Harung H. S., & Lagrosen Y. (2011). Moral development, executive functioning, peak experiences and brain patterns in professional and amateur classical musicians, interpreted in light of a Unified Theory of Performance. Consciousness and Cognition, 20, 1256-1264. doi: https://doi.org/10.1016/j.concog.2011.03.020




DOI: https://doi.org/10.18256/2175-5027.2020.v12i1.3182

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2019 Jéssica Thuane Cordeiro Silva, Fernanda de Sousa Rocha, Gislane Ferreira De Melo, Isabelle Patriciá Freitas Soares Chariglione

ISSN 2175-5027

Licença Creative Commons
Este obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

BASES DE DADOS E INDEXADORES

  Periódicos CAPES
DOAJ.jpg
 
dialnet.png
 
REDIB
latindex.jpg
  Diadorim.jpg   Google Scholar
  erihplus.png  
circ.png
 SIS