Relações da Musicalidade no Exercício do Raciocínio em Adultos Musicistas
Resumo
Este artigo tem por objetivo compreender a relação entre raciocínio e musicalidade em adultos. Sendo assim, para maior compreensão das habilidades cognitivas influenciadas pela atividade eufônica, uma pesquisa quantitativa foi realizada com 40 musicistas/instrumentistas, entre 18 e 64 anos (Média: 32,35 e DP:11,66), divididos em quatro grupos de acordo com a teoria organológica da execução dos instrumentos: três grupos (corda, sopro ou percussão) e um grupo de multi-instrumentistas. Em cada grupo foi aplicada a Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5), compreendendo as seguintes escalas: Raciocínio Verbal (RV), Raciocínio Numérico (RN), Raciocínio Abstrato (RA) e Raciocínio Espacial (RE). A aplicação das escalas permitiu entender se há relação entre a atividade exercida e/ou instrumento utilizado e o desempenho entre os diferentes tipos de raciocínio. Em relação às escalas, o grupo dos multi-instrumentistas apresentou desempenho melhor, em relação aos demais musicistas, em duas dessas (RA e RN); os demais resultados dos diferentes grupos expressaram médias favoráveis com base na padronização do BPR-5. Esses resultados preliminares, então, indicam que tipos diferenciados de raciocínio podem se desenvolver e relacionar com tipos específicos de musicistas.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
Almeida, L., & Primi, R. (2000). BPR–5: bateria de provas de raciocínio: manual técnico. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Brandão, M. L. (2004). As bases biológicas do comportamento: introdução à neurociência. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária.
Casarotto, F. D., Vargas, L. S., & Mello-Carpes, P. B. (2017). Música e seus efeitos sobre o cérebro: uma abordagem da neurociência junto a escolares. Revista ELO - Diálogos em Extensão, 06(02). doi: https://doi.org/10.21284/elo.v6i2.243
Cruz, A. D. M., Landeira-Fernandez, J., & Silva, M. T. S. (2007). Por uma psicologia baseada em um cérebro em transformação. Intersecções entre psicologia e neurociências, 1-15.
Eugênio, M. L., Escalda, J., & Lemos, S. M. A. (2012). Desenvolvimento cognitivo, auditivo e linguístico em crianças expostas à música: produção de conhecimento nacional e internacional. Revista CEFAC, 14(5), 992-1003. Retrived from http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v14n5/124-11.pdf
Fernandes, E., & Rizzo, S. C. (2018). Neurociência e os Benefícios da Música para o Desenvolvimento Cerebral e a Educação Escolar. Revista de Pós-graduação Multidisciplinar, 1(5), 9-18. doi: https://doi.org/10.22287/rpgm.v1i5.793
Forgeard, M., Winner, E., Norton, A., & Schlaug, G. (2008). Practicing a musical instrument in childhood is associated with enhanced verbal ability and nonverbal reasoning. PLoS ONE, 3(10), 1-8. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0003566
Galvão, A. (2006). Cognição, emoção e expertise musical. Psicologia: teoria e pesquisa, 22(2), 169-174.
Grassi M., Meneghetti C., Toffalini E., & Borella E. (2017). Auditory and cognitive performance in elderly musicians and nonmusicians. PLoS ONE, 12(11), e0187881. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0187881
Koelsch, S. (2018). Investigating the neural encoding of emotion with music. Neuron, 98(6), 1075-1079. doi: https://doi.org/10.1016/j.neuron.2018.04.029
Mendes, A., & Lima, A. R. B. (2016). Aprendizagem musical: processos para o ensino para adultos. Integratio, 2(2), 39-46. Retrived from http://fnbonline.com.br/revista/integratio/index.php/INT/article/view/48/0
Muszkat, M., Correia, C. M., & Campos, S. M. (2000). Música e neurociências. Revista Neurociências, 8(2), 70-75. Retrived from https://www.meloteca.com/musicoterapia2014/musica-e-neurociencias.pdf
Nainggolan, O. T. P. (2019). The Impact of Music in Increasing Intelligence: A “Gendhing Lancaran” Experiment on Spatial-Temporal Ability. Journal of Music Science, Technology, and Industry, 2(1), 113-124. doi:https://doi.org/10.31091/jomsti.v2i1.606
Nobre, D.V.; Leite, H.R.; Orsini, M.; Correa, C.L. (2012). Respostas Fisiológicas ao Estímulo Musical: Revisão de Literatura. Revista de Neurociências, 20(4), 625-633. Retrived from http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2004/revisao%2020%2004/694%20revisao.pdf
Norman-Haignere, S., Kanwisher, N. G., & McDermott, J. H. (2015). Distinct cortical pathways for music and speech revealed by hypothesis-free voxel decomposition. Neuron 88, 1281-1296. doi: https://doi.org/10.1016/j.neuron.2015.11.035
Nunes-Silva, M., & Haase, V. G. (2013). Amusias and modularity of musical cognitive processing. Psychology & Neuroscience, 6(1), 45-56. doi: https://doi.org/10.3922/j.psns.2013.1.08
Parbery-Clark A., Strait D. L., Anderson S., Hittner E., & Kraus N. (2011). Musical experience and the aging auditory system: Implications for cognitive abilities and hearing speech in noise. PloS ONE, 6, e18082. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0018082.
Peretz, I., Vuvan, D., Lagrois, M. É., & Armony, J. L. (2015). Neural overlap in processing music and speech. Philosofical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biologial. Sciences. 370:20140090. doi: https://doi.org/10.1098/rstb.2014.0090
Pires Filho, J. C. (2009) Classificação de instrumentos musicais em configurações monofônicas e polifônicas (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Retrived from http://www.pee.ufrj.br/index.php/pt/producao-academica/dissertacoes-de-mestrado/2009-1/2009090801-2009090801/file
Prestes, Z. R., Tunes, E., Pederiva, P. L. M., & Terci, C. (2018). A emergência da reação estética da criança na atividade musical. Fractal: Revista de Psicologia, 30(1), 46-57. doi: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i1/1496
Primi, R. & Almeida, L. S. (2000). Estudo de validação da Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5). Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16(2), 165-173. Retrived from http://www.scielo.br/pdf/%0D/ptp/v16n2/4379.pdf
Rabelo, C. M., Neves-Lobo, I. F., Rocha-Muniz, C. N., Ubiali, T., & Schochat, E. (2015). Cortical inhibition effect in musicians and non-musicians using P300 with and without contralateral stimulation. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 81, 63-70. doi: https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.11.003
Ravignani A., Thompson B., Filippi P. (2018). The evolution of musicality: what can be learned from language evolution research? Front. Neurosci. 12(20). doi: https://doi.org/10.3389/fnins.2018.00020
Rocha, V. D., & Boggio, P. S. (2013). A música por uma óptica neurocientífica. Per Musi, (27), 132-140. Retrived from http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-75992013000100012&script=sci_abstract&tlng=pt
Sternberg, R. J. (2008). Psicologia cognitiva. Tradução Roberto Cataldo Costa. 4ª. ed. Porto Alegre, RS: Artmed.
Strait D. L., Kraus N., Parbery-Clark A., Ashley R. (2010). Musical experience shapes top-down auditory mechanisms: Evidence from masking and auditory attention performance. Hearing Research, 261, 22–29. doi: https://doi.org/10.1016/j.heares.2009.12.021
Tabachnick, B. e Fidell, L. (2007). Using Multivariate Statistics. 5ed., Boston: Allyn e Bacon.
Teixeira, F. L. F., & Barja, P. R. (2011). Percepção musical: efeitos fisiológicos e psicológicos da música em crianças e pré-adolescentes. World Congress on Communication and Arts, 190-192. Retrived from http://proceedings.copec.eu/index.php/wcca/article/view/906
Travis F., Harung H. S., & Lagrosen Y. (2011). Moral development, executive functioning, peak experiences and brain patterns in professional and amateur classical musicians, interpreted in light of a Unified Theory of Performance. Consciousness and Cognition, 20, 1256-1264. doi: https://doi.org/10.1016/j.concog.2011.03.020
DOI: https://doi.org/10.18256/2175-5027.2020.v12i1.3182
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2019 Jéssica Thuane Cordeiro Silva, Fernanda de Sousa Rocha, Gislane Ferreira De Melo, Isabelle Patriciá Freitas Soares Chariglione
ISSN 2175-5027
Este obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
BASES DE DADOS E INDEXADORES